quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Notas (cont.)


Eu Fui Um Monstro Adolescente - Uma "homenagem" àqueles antigos filmes de terror 'de monstro' da década de 50, a saber: "I Was a Teenage Werewolf" (Eu Fui um Lobisomem Adolescente) e "I Married a Monster from Outer Space" (Casei-me com Um Monstro Espacial, em tradução livre), que ofereciam Terror & Diversão em doses iguais, com um mínimo de seriedade, muita imaginação e que, apesar de serem filmes de baixo orçamento e quase trashs, influenciou muita gente boa na época (incluo aí Stephen King, que cita esses dois filmes em It - A Coisa) para o gênero. Por tudo isso geniais; cumpriram seu papel, que foi o de acelerar corações de maneira doida e criativa por 2 horas. Diversão garantida!

A parte inicial desse conto já havia sido escrita antes, mas não era uma história de terror. Era uma crônica ligeira chamada Sábado, mas de uma hora para outra a fonte secou e a crônica ficou incompleta, sem um final. Deixei-a lá, quieta, e mais tarde, com vontade de escrever uma história de terror que fosse de tal e tal jeito, lembrei-me dela e inseri-a no conto, mudando os detalhes para que se encaixasse no enredo, que já tinha na minha cabeça; e aquela parte acabou ficando como o início da história. É o mais recente dos meus contos; começou a ser escrito em 18 de janeiro do ano passado.

Não assisti ainda a nenhum dos filmes citados acima, embora tenho certeza de que estão por aí nos Torrentz da vida. O que fiz foi uma junção dos títulos de um e de outro: Jorge, cantor de uma banda de rock, a 'Post-Mortem', é um lobisomem; Carolina, sua namorada e backing vocal, é uma mutante extraterrestre! E cabe à irmã caçula de Carolina, Patrícia, descobrir e guardar o segredo da família. Minha intenção foi chocar, divertir, e assustar se possível... e qual adolescente do mundo já não se sentiu deslocado a ponto de parecer um ET? Este conto é, também, um pouco deles. Uma história bem bizarra, com cerveja, estranhas revelações e claro, Rock n' Roll.

Adoro o terror assim. Gosto de quando o gênero é pesado, "sério", estilo Hellraiser ou O Exorcista. Faz aquilo que o Terror, com "T" maiúsculo, se propõe a fazer: medo, muito medo. Às vezes o gênero faz você vomitar, como em A Mosca. E às vezes faz você até refletir, como na tetralogia dos zumbis de George Romero, que povoou um shopping-center com um bando de pessoas/zumbis totalmente desprovidos de consciência e valores, só lhes restando o mais puro e animalesco instinto de sobrevivência numa sociedade que era baseada unicamente em valores materiais e consumistas. "Será que você é um deles?"...

Mas quando é bizarro, amalucado, "terrir", trash, ou sanguinolento, mas descompromissado, como em Fome Animal ou Trash - Náusea Total é melhor ainda! Daria uma boa discussão, mas é um dos tipos de terror mais puro: tudo o que fazem é Entreter e Assustar. É a própria catarse coletiva ou individual. Quer coisa mais básica do que isso? Sabe lá o que é estar com a sua namorada no cinema lotado, gritando junto com a platéia toda nas piores partes de O Chamado (quando a menina-monstro sai do poço para a tela da TV do cara), todos saltando e as pipocas voando? Sabe lá o que é reunir os amigos e transportar uma televisão por tantos quilômetros só para ver Contos da Cripta e Colheita Maldita numa sessão regada à vinho barato? Sabe lá o que é ver Sexta-Feira 13, 6ª parte sozinho numa sala escura atento aos ruídos da noite? Sabe lá o que é ver aquele filme que não passava há séculos na TV, ansiosamente aguardado, quando seus pais e o resto do mundo está dormindo, e comentá-lo no dia seguinte com seus colegas de escola, quando a claridade faz todos os seus temores parecerem tolos e irreais, como se fosse a coisa mais natural do mundo? Sabe lá o que é se preparar desde manhã com guloseimas e refrigerantes para sentir medo mais tarde? Sabe lá o que é a alegria de assistir Uma Noite Alucinante?...

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