"No fim de uma rua qualquer, sob um poste de luz, avistavam-se indistintamente quatro pessoas. Duas estavam andando lentamente, para lá e para cá, no meio da rua (que estava absolutamente vazia, de carros e de gente, exceto por aquelas pessoas) e duas estavam sentadas.
A figura sombria e soturna do homem do acerto de contas avançava para seu destino, que era matar ou morrer, ainda com as mãos nos bolsos. Um nevoeiro noturno, saído não se sabe de
onde, começou a tomar a rua, espesso como um matagal, a princípio raso, depois subindo e coleando lentamente. O homem do acerto de contas saiu da calçada e foi para o meio-fio. À meia-distância, um observador indiferente diria que tanto as quatro pessoas no fim da rua como o homem do acerto de contas ainda estavam indistintas.
À medida que a figura do homem do acerto de contas foi se aproximando, as duas pessoas que estavam sentadas levantaram-se, mas tomaram rumos opostos. Uma foi para trás, e a outra se
juntou às outras duas, que, ao verem o homem do acerto de contas, pararam de andar displicentemente de um lado para o outro e ficaram paradas no meio da rua, olhando e esperando por ele. O vento frio estremeceu o homem do acerto de contas, e ele parou. Enfim, tirou lentamente seu revólver calibre 45 do bolso."
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