terça-feira, 27 de novembro de 2007





TOM McRAE
Sao Paulo Rain


There's always a party on funeral row
Where the cross flashes red to the street
And gasoline dreams of girls in blue jeans
He's grazing the surface of sleep

The vultures on main street are eyeing you up
Calculating the wait of your bones
And midnight graffiti appears on your door
So we all can sleep safe in our homes

And the storms in the distance hold no rain
And I feel my resistance giving way
Shelter me from this sky
Dance with me one last time
Sao paulo rain
Sao paulo rain

Do not disturb this blood red earth
There's giants sleeping beneath
And carnival queens on their deathbed scenes
All go through the motions of grief
Take another hit
Let the bottle slip through your fingers and
Break like a promise made
The day I remember
My heart I will keep
My voice I surrender
And I will not speak to lie

We were so alive
We were so alive
Shelter me from this sky
Dance with me one last time
Sao paulo rain
Sao paulo rain

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Poema - "Gárgulas nas Árvores"



A luz, dos postes de iluminação das ruas
Passa por entre as parcas folhas das árvores nuas
Numa noite sem lua
e eu vejo
Gárgulas Nas Árvores.

No céu, as nuvens correm, apressadas
Como se até elas, assustadas
Soubessem o que vejo agora
Gárgulas Nas Árvores.

O vento sopra, assobia
Uma infernal melodia.
Sopra, assobia, avisa: não olhe pra cima.

Súbito, - um clarão
Relâmpagos na escuridão.
E o vento dança macabra as folhas do chão.

Gárgulas - mitológicas figuras grotescas de pedra
Onde nelas o Mal se integra
E, entreparadas nos galhos retorcidos das árvores,
Dessas simiescas e sinistras criaturas feitas de mármore,
Estão silenciosamente a esperar
O momento certo para atacar e matar,
A vítima certa que por debaixo delas passar.


"Astro Zombies" - Misfits


Oh, all I want to know
All I want

With just a touch of my burning hand
I send my astro zombies to rape this land
Prime directive, exterminate
The whole human race

And your face drops in a pile of flesh
And then your heart, heart pounds
Till it pumps in death
Prime directive, exterminate
Whatever stands left

All I wanted to say
And all I gotta do
Who'd I do this for
Hey, me or you

And all I wanted to say
And all I gotta do
Who'd I do this for
Hey, me or you

Oh, all I want to know
All I want

With just a touch of my burning hand
I'm gonna live my life to destroy your world
Prime directive, exterminate
The whole fuckin' race

Then your face drops in a pile of flesh
And then your heart, heart pounds
And it pumps in death
Prime directive, exterminate
The whole fuckin' place well

All I wanted to say
And all I gotta do
Who'd I do this for
Hey, me or you

And all I wanted to say
And all I gotta do
Who'd I do this for
Hey, me or you

Oh, all I want to know
All I want to know
All I want to know
All I want oh
Go

Trecho do conto "A Mais Longa das Noites"


–"- Não vai dar! -– berrou ele, com toda a força dos seus pulmões. - Henrique! Gilberto! Não vai dar! Eles já estão invadindo a casa! São milhões de zumbis! Isso tem que parar... Isso tem que parar... ISSO TEM QUE PARAR!! -– e trombeteou, depois de uma pausa para recuperar o fôlego: –- Vamos recuar! Recuem! Recuem! Plano B! PLANO B!!

E dito isso, largou tudo, e dando mais alguns tiros a esmo para o bando de zumbis que já cruzava seu portão com a maior facilidade, recuou correndo desesperadamente para o corredor, esquecendo lá no front tudo o que para lá levara. A última coisa que ouvira daquele seu radinho foi os Misfits cantando Night Of The Living Dead.

Lá na retaguarda, Henrique estava tão compenetrado atirando nos zumbis que invadiam a casa em um número cada vez maior que quase nem percebeu Roger abaixo e à sua esquerda berrando e pulando que nem um louco pedindo pela chave do portão do corredor, e, quando finalmente ele olhou para baixo, a princípio não entendeu o que Roger queria, na confusão do momento. Ficou olhando para ele com uma expressão interrogativa até que Roger gritou, com os olhos arregalados e suando em bicas:

–- A chave! A chave! A CHAVE!!

Aí Henrique entendeu e, por um momento que fez seu coração parar no peito, não se lembrou onde a chave estava. Deu uma volta sobre si mesmo olhando em todas as direções, desesperado,
e quando viu: a chave continuava lá, no mesmo lugar, em cima da caixa d’água.

Os zumbis já começavam a subir o corredor, lentamente. Iam direto para onde Roger estava.

Henrique pegou as chaves e jogou para Roger, de qualquer jeito. Atrapalhado pela noite escura, Roger, já do outro lado do portão, nem viu a chave: só ouviu o leve barulho dela ao cair no chão, com um tlin metálico –- o que por si só já foi muita sorte, devido à confusão e ao tiroteio – mas elas caíram perto dele e ele pôde ouvir.

O que de imediato não conseguiu localizar! Praguejando desesperadamente, Roger deu uma busca apressada no chão à sua volta e conseguiu tatear as chaves, enquanto Henrique, lá em cima, continuava atirando contra os zumbis que subiam o corredor. Mas a tensão do momento e a pressa em trancar o portão era tamanha que Roger por duas vezes errou a fechadura ou deixou cair novamente as chaves –- na segunda vez em razão de um susto inesperado: Gilberto de repente irrompeu pela porta da cozinha, já na retaguarda, inesperadamente e sem aviso –- e Roger quase o matou com um tiro, deixando cair as chaves -– pois pensara que fosse um zumbi. Gilberto também percebera a gravidade da situação e escapulira do quarto/QG como fora o combinado, na pressa só pegando a escopeta e mais umas balas, passando por dentro da casa e saindo na retaguarda.

–- Porra, Gilberto, que susto! Me dá uma mãozinha aqui, rápido!

–- Que foi? -– perguntou Gilberto, correndo até onde Roger estava.

–- Cara, vê se me ajuda a trancar essa merda, pois eles já estão aí!

–- O que eu faço?

–- Vai me dando cobertura enquanto eu tranco o portão! Vai!

E Gilberto então começou a atirar com a escopeta, em conjunto com Henrique, enquanto Roger apressadamente dava a última volta na fechadura do portão, tirava a chave e a jogava longe."